Manifesto do dolor infermo

Pronto. Prometo, diante da fartura e da grana, que curarei tua febre ardida. Embora sempre te saia e entre ferida faz-te bem comer o prato inteiro. Em cima da cama a saliva sai sem o controle do proprietário e precisa parar. Tem sido permanente na garganta, incomodando o ar. A garganta, a saliva, a pele, o pente, os rostos dos vizinhos e da independente. A calçada, a Gláucia, a tomada e o elevador. A cidade toda levanta-se. A tomada de decisões importantes feitas por ignorantes e as suas. Respectivas expectativas. Expectorantes para a tomada de decisão são importantes. A escolha, num determinado horário em que ficar parado o é, independente da situação. Saiba então que os dias mais quentes e mais tumultuados refletem o estado jovem da dúvida e que a febre deve ser acompanhada de dores pelo corpo. Vermelhidão. Fique no escuro, prepare sucos. Seja você mesmo.

Comments

Anonymous said…
vivo meus nervos em dores mortas.
e com tesouras,
arranco minhas unhas
em carne viva,
células mortas.
UAU! muito bom!
bio said…
que lindo li!

muito bom?
Anonymous said…
"prepare sucos"

minha vida tem sido assim...
Unknown said…
peraí, vou fazer um chá verde.
bio said…
isso cura?
Anonymous said…
...vindo do alexandre ou do mario pirata cura...
Anonymous said…
blééé
eu nao consigo postar sem ser anônima. sou, neguinha. e esse blog é todo bonito.
caroulina
Anonymous said…
sou eu
bio said…
carônima! que bom te ver aqui!