Eu tenho que fazer cara de paisagem. Ou viro uma bolha. Posso ser uma bolha nessa paisagem enquanto você lê em voz alta o que está escrito nas placas. Posso ser uma bolha, voltar para a paisagem e me sentir dentro de uma bolha. Você pode assoprar enquanto eu risco no percurso do nosso caminho com uma caneta na mão o que está aparecendo nas paredes. Durante a volta, ao contrário, ou eu risco o outro lado ou você enxerga a mesma coisa. Ou eu digo que sou uma bolha e você assopra a bolha. Você escolhe se vai ver as bolhas voando ou se vai olhar para a paisagem. Eu não procuro você no topo da minha visão e você está desaparecendo. Você está desaparecendo e eu virei uma bolha. Quando estou sem você a paisagem ocupa um espaço maior na periferia da minha visão. Quando estou com você seu corpo se aproxima da minha bolha dentro da sua mão. Depois enxergo pontos pretos e brancos. Desço com os olhos até conseguir fazer parte da minha bolha. Quando você descarta a paisagem eu desapareço. Quando eu desapareço encontro várias bolhas voando e decido se me torno uma paisagem ou se você me explodiu na sua bolha.

Comments

Anonymous said…
vamos fazer um filme sobre isso
interrogaçao
vamos